Obra de Mauricio Ferreira

Por Oscar D’Ambrósio

A arte pode ter motivações religiosas, políticas, sociais e simbólicas, mas também pode ser um exercício estético em que estejam em jogo não fatores utilitários, mas o prazer da busca de estímulo aos cinco sentidos e à inteligência visual. Nesse sentido, os exercícios técnicos são uma busca de aprimoramento e um mergulho nas profundezas de ser artista.

A partir de um conjunto visual, é possível pesquisar planos. Na obra que acompanha este post, ressurge a voz dos mestres orientais que ensinam que a composição é o “osso” do quadro, apontando que ali estão as bases do desenvolvimento de uma série de outros fatores visuais.

O criador visual apresenta assim um jogo de proporcionalidades em que os contornos são realizados por meio de linhas que auxiliam a estabelecer os planos propostos. O uso do preto sobre o branco cria uma atmosfera neutra em que a harmonia é estabelecida pelo ritmo das geometrias representadas.

A simetria do conjunto aponta para a capacidade da arte ser não uma mera imitação do real ou uma simples representação de uma visualidade, mas uma relação interpretativa do artista com o entorno externo e com as inquietações internas. Assim, o criador visual realiza o seu desejo de criar, em uma jornada em que criatividade, emoção e razão dialogam.

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