Tarsila: os Années Folles em Paris

Por Mazé Torquato

Tarsila do Amaral (1886-1973) está entre as artistas expostas atualmente e, até 10 de julho, será lembrada no Museu do Luxembourg, intitulada Pionnières (Pioneiras). A mostra lembra artistas na Paris dos anos loucos Années folles através de pinturas, mas também de esculturas, fotografias, filmes, obras têxteis e literárias. Uma exposição que “quer evidenciar o papel essencial da mulher no desenvolvimento dos grandes movimentos artísticos da modernidade”, diz a curadora da exposição.

A família, obra pintada em 1925 por Tarsila, do Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, de Madri, representa a artista brasileira que seguiu os conselhos dos modernistas André Lhote e Fernand Léger durante sua estadia em Paris.

O livro-catálogo da exposição diz que as pioneiras como Tamara de Lempicka, Sonia Delaunay, Tarsila ou mesmo Chana Orloff, nascidas no final do século XIX ou início do século XX, ingressaram nas grandes escolas de arte até então reservadas aos homens. Em Paris, por algumas semanas ou alguns anos, foram as primeiras a serem reconhecidas como artistas, terem um ateliê, uma galeria ou uma editora. Elas puderam realizar oficinas em escolas de arte, representar corpos nus, masculinos ou femininos. Escolheram suas formas de se vestir, de viver suas sexualidades, seus corpos. Suas criações influenciaram gerações inteiras de artistas e continuam influenciando até hoje.

Tarsila chegou em Paris em 1920 para aperfeiçoar sua formação artística onde se impregna das ideias da época e voltou ao Brasil com os amigos Anita Malfatti, Mario de Andrade e Menotti del Picchia para se transforma numa figura da arte moderna.

Especialistas dizem que seu estilo é vivo e colorido, uma mistura de sua cultura e técnicas parisienses (desenhos preparatórios, aprimoramento de composições). Suas obras estão imbuídas de devaneios onde a natureza predomina.

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